A moeda angolana - Macuta

A princípio do reinado de D. José corriam em Angola moedas do “Brasil e Guiné” de 40 reis (1753 e 1757), e de 20, 10 e 5 reis (1752 , 1753 e 1757); mas em 1762 (e em 1763, 1770 e 1771), (2) no governo do Marquês de Pombal, cunhou-se de novo moeda privativa para Angola: exibia, pela primeira vez, o dístico “África Portuguesa” e chamava-se macuta, por referência aos famosos ‘panos do congo’, os makuta. Uma macuta-moeda valia a princípio 50 reis3 ou meio-tostão [a moeda de cobre de 100 reis conhecia-se por ‘tostão’ dada a cor que apresentava quando oxidada]; as moedas foram cunhadas em prata nos valores de 12, 10, 8, 6, 4 e 2 macutas, e em cobre nos de 1, ½ e ¼ macuta; esta última (cunhada em 1771) chamava-se ‘quipaca’ na Guiné, onde a antiga moeda de 5 reis [1/10 da macuta] (3) se conhecia por ‘pano’.

A moeda angolana foi desvalorizada em 50% no reinado de D. João VI; a carimbagem, de má qualidade, foi feita no decorrer dos anos de 1814-16, nas oficinas das missões católicas, que usaram os seus próprios carimbos. No reinado de D. Miguel fizeram-se ensaios para novas macutas, mas entretanto sobreveio a guerra civil portuguesa. Sob D. Maria II a moeda angolana foi decimalizada em 1838, e quando novas emissões apareceram (1848-1851 e 1853) a macuta tinha-se desvalorizado outra vez, em 20%, de 50 reis para 62,5 reis; do mesmo modo, ‘peças’ e ‘meias-peças’ do Reino, de 7500 e 3750 reis, começaram a circular em Angola com os valores de 13000 e 6500 reis. Desaparecia a macuta.

Sob D. Luís I corria em Angola a mesma moeda que em Portugal: ensaiou-se em 1886 uma moeda de 20 reis privativa para Angola, mas o projecto não se realizou e os reis do Reino continuaram a circular em Angola nos primeiros 10 anos da República.
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