E foi parar em Moçambique!

ImagemNo catálogo de Alberto Gomes consta o seguinte:
"As moedas desta série cunhadas no Rio de Janeiro para S. Tomé e Príncipe, no ano de 1820, foram por qualquer razão (supõe-se que por engano) desembarcadas em Moçambique e postas lá para circulação. Por este motivo, o ano de 1820 desta série faz parte da numária moçambicana".
Mas a explicação pode ser outra:
Inicialmente alguma dúvida existiu quanto à verdadeira origem das primeiras moedas em nome de D. João VI para São Tomé e Príncipe, que originou controvérsia entre numismatas portugueses e brasileiros. 
O Aviso de 27 de Outubro de 1819, publicado no Rio de Janeiro, refere que os fundos necessários para a manutenção das ilhas de S. Tomé e Príncipe são enviados regularmente da Capitania da Baía, e ordena que a Casa da Moeda do Rio de Janeiro envie para a Casa da Moeda daquela cidade os cunhos necessários à produção de moeda privativa para aquele arquipélago.
As emissões de 1819 e 1820 foram feitas na Casa da Moeda do Rio e parte da de 1819 na Casa da Moeda da Baía. As emissões de 1821 e 1822 foram cunhadas tanto em Lisboa como na Baía, e a de 1825 só em Lisboa.
No entanto a emissão de 1820, de acordo com o Aviso de 9 de Agosto de 1820, foi totalmente destinada a Moçambique, o que é, aliás, atestado pelos achados monetários, feitos em São Tomé e em Angola e por informações vindas de Moçambique. Segundo aquele aviso, são enviados do Rio de Janeiro, pela charrua Lacónia, para o escrivão da Junta da Fazenda da capitania de Moçambique, 20 contos de réis em moedas provinciais de cobre, acondicionadas em vinte e nove barris.
Deviam estas moedas correr em Moçambique pelo dobro do seu valor facial; e como eram do mesmo peso das de S. Tomé, assim se lucrava o dobro que o erário tinha com a amoedação para estas ilhas. Correu pois esta emissão por cerca de um dezasseis avos da equivalente moeda de Portugal.

Fonte: Fórum de Numismática


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