MOEDA DE OURO ANTIGA
Creso, rei da Lídia, emitiu esta moeda de ouro de 8g cerca de 550 a. C.
Num dos lados vê-se a gravura de um leão e de um touro; no outro, a marca do punção.
Cerca de 700 a. C.,
surgiram no reino da Lídia, Turquia Ocidental, as primeiras verdadeiras moedas
que se conhecem. Tratava-se de pequenas peças de electrum, uma liga natural de
prata e ouro que aparecia nos rios da região, e tinham a forma de um feijão. As
peças apresentavam a insígnia do leão do rei de Giges num dos lados e as marcas
do punção no outro. Estas marcas constituíam uma garantia do peso e da pureza do
metal.
A utilização de moedas
espalhou-se rapidamente através do mundo mediterrâneo. Os Gregos cunharam-nas
em grande número.
Para fazer as moedas,
começava-se por vazar o metal fundido em moldes com a forma de discos. Com o
auxílio de pinças, cada rodela era então colocada sobre um cunho de metal
portador de um desenho gravado. Um martelo batendo num punção de metal posto em
contacto com a rodela imprimia o desenho do cunho na face inferior daquela,
pelo que a face superior, nas moedas primitivas, tinha apenas marcas do punção.
Mais tarde, o punção apresentava o seu próprio desenho, que aparecia assim no
reverso da moeda.
De inicio, as gravuras
nas moedas representavam cabeças de divindades. Cerca de 320 a. C., utilizou-se
a efígie de Alexandre, o Grande, que, já no fim da sua vida, fora declarado um
deus. A partir dessa altura, tornou-se comum gravar as efígies dos governantes.
Com a invenção da
cunhagem de moedas a sociedade libertou-se da necessidade de permutar bens, na
medida em que deixava de existir uma interdependência entre a compra e a venda.
Um comerciante já não precisava de dispor de mercadorias para adquirir os
produtos de que necessitava.
Posto que o comércio se
tornara muito mais fácil e flexível, um indivíduo ou uma família já não precisavam
de produzir a maior parte da sua alimentação e dos objectos para seu uso.
Podiam assim concentrar-se num único produto. No entanto, nem sempre era
possível confiar no valor das moedas, pois o metal podia ser desbastado ou
cortado nos bordos e as moedas feitas «suar» - sacudindo-as num saco de modo
que delas se separassem minúsculos fragmentos de metal que eram depois
recolhidos. Além disso, a sua falsificação tornava-se relativamente fácil, pois
o seu tamanho e forma eram altamente variáveis e as gravuras modificavam-se
ligeiramente cada vez que os cunhos e os punções eram renovados.
No entanto, os governos
que emitiam as moedas constituíam uma ameaça ainda maior. Com efeito, os
governantes sentiam-se constantemente tentados a aumentar as suas reservas de
metais preciosos através da falsificação da cunhagem, o que faziam emitindo
mais leves ou nas quais utilizavam uma liga de qualidade inferior, mantendo-as
com o mesmo valor facial. Com maior número de moedas em circulação, mas sem que
houvesse mais produtos, o valor das moedas reduzia-se, logo o preço dos
produtos subia.
O papel-moeda foi
emitido pela primeira vez em grande quantidade no século XI – pelo imperador
mongol Kublai Khan.
Na Europa, as técnicas
de cunhagem aperfeiçoaram-se. As rodelas eram cortadas em chapa de metal com o
auxílio de uma tesoura. No século XVII procedia-se à sua cunhagem numa prensa
de fuso accionada por uma equipa de homens. As moedas passaram a apresentar no
rebordo uma pequena grossura para as proteger do desgaste e, para desencorajar
definitivamente os desbastes, o rebordo era «serrilhado».
Fonte: PMNUMIS