PROPAGANDA NO DINHEIRO (1000 CRUZEIROS) – Os Cruzeiros da era Vargas. "A primeira missa".


Não lançaremos aqui uma ordem familiar por valor facial, pois nosso objetivo maior é desvendar as alegorias contidas nas cédulas de Cruzeiros impressas durante a “Era Vargas”. A cédula que abre nossa série de artigos inaugura a história do Brasil, entretanto não exalta a descoberta feita pelo navegador português retratado na cédula. Claro que pelo feito Cabral é lembrado como o descobridor, mas o destaque mais intrigante desta cédula é o primeiro culto religioso realizado pelos europeus na América.

A cédula retrata, em tese, o momento exato onde o Brasil ingressa a civilização. Sob esta perspectiva podemos descobrir uma narrativa quase oculta, uma vez que, não se trata apenas de uma história conhecida por grande parte dos brasileiros, mas trata-se de um recorte sobre a gênese da civilização brasileira.

1000 Cruzeiros 1953

1000 Cruzeiros 1960 - Já não era presidente, mas a família de cédulas foi mantida visto que as cédulas 
de Mil Cruzeiros chanceladas só foram emitidas a partir de 1960.

1000 Cruzeiros 1943

1000 Cruzeiros 1949

O estabelecimento de tal período inicial, do ponto inaugural da história da civilização brasileira, mostra aos brasileiros que o governo de Getúlio estaria preocupado em mostrar ao povo sua intenção de inser o Brasil em outro contexto de civilização moderna.

A alegoria da cédula também retrata um momento a partir da definição de que a civilização se inicia com a colonização portuguesa e de que esta é a história que merece ser ensinada, quase que excluindo o período pré-cabralino. Desta forma, o governo de Getúlio Vargas iniciaria uma nova tendência e sentimento de brasilidade estampada no dinheiro nacional. Estaria aberta uma nova tendência de uso do dinheiro como propaganda.  






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