A cédula de 50 mil cruzeiros reais,
mais conhecida como da "Baiana", teve seu lançamento em 30 de março de
1994, ficando em circulação por pouco mais de 5 meses (15 de setembro de
1994). Recolhida devido a implementação do "Plano Real" - julho de
1994, desta cédula foram emitidas apenas 1.200 séries.
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Folder distribuído quando do lançamento da cédula em março de 1994 |
A figura da
"Baiana", característica da tradicional cidade de Salvador, Bahia, é
conhecida na maior parte do território brasileiro por meio de inúmeras
composições populares a que serviu de tema e devido à importância que
vem assumindo no contexto das promoções turísticas nacionais.

De
origem africana, em grande parte das nações jeje, haussá e nagô-iorubá
trazidas para o Brasil pelo tráfico de escravos nos chamados ciclos da
Costa da Mina e do Golfo de Benin, aqui teve seu passado marcado pela
escravidão, à qual o espírito de seu povo se opôs, resistindo às
influências culturais e formando movimentos revolucionários. Após
gradativas transformações sociais que culminaram na abolição da
escravatura, vamos encontrá-la independente, vivendo por conta própria,
ganhando a vida a mercar na rua com o clássico tabuleiro. Tendo o
comércio por atividade principal, a "baiana do acarajé", como hoje a
chamamos, vende seus preparados feitos segundo receitas africanas que
foram transmitidas por seus ascendentes - o acarajé, o abará, o vatapá, o
caruru e tantos outros. Seu traço mais característicos, porém, é a
indumentária. É sobretudo pelo vestuário que a baiana se tem
celebrizado. Faceira e graciosa, seu tipo físico ressalta a elegância
com que porta seu traje. São turbantes, longas saias e vistosos xales,
que constituem um espetáculo à parte.
Nos
afamado terreiros de candomblés, nas grandes festas religiosas,
principalmente nas tradicionais procissões e romarias do Senhor do
Bonfim, a baiana pode ser vista ostentanto indumentária riquíssima, de
grande efeito e valor estético, resultante da enorme variedade de peças e
adereços, que já se tornou rara nas ruas da cidade.
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A
esquerda, painel onde figuram alguns de seus mais importantes
balangandãns. São quase todos de origem votiva, em que o motivo
decorativo é de origem africana ou de inspiração brasileira. Os
berloques ou bequis, em ouro ou prata, são trazidos à cintura, nas
pencas e pusleiras, ou suspensos em cordões à volta do pescoço. Nascidos
da necessidade suas portadoras se protegerem contra desventuras e o
azar, possuem significados diversos, tais como:
. romã e cacho de uva - fecundidade;
. figa de madeira e dentes de animais - os bons "fados", fechando o corpo;
. caju - a abundância;
. peixe, cordeiro e pombas do Espírito Santo - resultam do sincretismo com o catolicismo.
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