VERSÃO BRASILEIRA DE UM IDEAL FRANCÊS - Quem é Marianne?

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O mundo está evoluindo com uma velocidade impressionante, nos fazendo crer que em breve o Real digital irá aposentar de vez as moedas metálicas e o dinheiro de papel como conhecemos. Em um período não muito distante o dinheiro era constantemente manipulado por grande parte da população brasileira, mas muitos sequer pararam um dia para refletir sobre uma figura específica. Quem é a mulher que aparece na nota de 1 real e em todas as outras notas? É justamente sobre esta mulher que iremos descobrir, pois ela esteve presente em quase todos os dias e momentos de nossas vidas e muitos não sabem o que ela representa.

Se as cédulas representam a moeda, a economia, a política e principalmente o nosso país, por que não colocar a imagem de pessoas que revolucionaram ou contribuíram para nossa história como, por exemplo, Dom Pedro I que emancipou o Brasil? É simples! Direitos de imagem. Esse foi o grande empecilho que impossibilitou a utilização de grandes vultos nacionais como figuras simbólicas para o novo padrão monetário.


Era certo que precisavam de uma solução, mas o tempo era curto e os imbróglios jurídicos dificultavam a escolha, então um conceito de imagem feminina seria novamente utilizado no dinheiro. Mas mesmo sabendo um pouco mais sobre o contexto, ainda não expliquei ou de fato falei quem é a tal mulher nas notas do Real.

Tudo começou a partir de um acontecimento que marcou e modificou o mundo inteiro, sendo considerado o maior acontecimento da história nos últimos 1800 anos: A Revolução Francesa.

A revolução francesa aconteceu entre 05 de maio de 1789 tendo o seu fim por volta do sia 09 de novembro de 1799, durante este período muitos fatos históricos ocorreram. De forma resumida:

- Antes da revolução havia um regime absolutista, onde o rei governava através de um poder supremo fazendo com que 95% da população fosse oprimida e explorada pelos seus outros 5% (Clero e Nobreza), condenando a guilhotina ou prendendo na Bastilha aqueles que se opunham ao governo.

- A França passou por períodos revolucionários que se iniciaram com a queda da bastilha em 1789 (prisão política símbolo da opressão), e chegaram até o seu ápice no ano de 1793, quando a família real francesa foi toda guilhotinada.

O fato é que o povo era oprimido e submisso, para que a revolução acontecesse era necessário incitar o povo, era necessário inspirá-los! Foi isso que aconteceu no dia em que uma nova perspectiva e um novo ideal foi lançado:

- “Liberdade, Igualdade e Fraternidade”.

Essa frase não lhe soa familiar? Para quem não sabe, este é o princípio básico da maçonaria. Isso mesmo, até os livros de história admitem, foram os maçons quem planejaram, inspiraram e contribuíram para a revolução francesa através de seus ideais iluministas. O povo precisava de esperança, e foi exatamente isso que a maçonaria supostamente lhes deu.

Após o triunfo da revolução, foi criada a República Francesa, terminando com o sistema absolutista, dando mais autonomia ao povo através de direitos sociais e com a declaração dos direitos do homem e do cidadão.

A revolução, os novos ideais, as perspectivas do povo, enfim, a república, precisava de um símbolo, de uma imagem, e assim foi criada Marianne, a personificação da república.

Marianne é vista como figura de liberdade, igualdade e fraternidade, ela simboliza o triunfo de uma revolução e a instauração de uma república.

Se quisermos buscar um pouco mais no passado, veremos que na antiguidade era comum representar ideais e apoiar os triunfos de uma civilização em fenômenos e entidades abstratas, em deuses, deusas e personificações alegóricas, esta prática foi menos comum na idade média, mas ressurgiu durante o renascimento.

Esta mulher representa a razão, a nação, a pátria e principalmente as virtudes da república.

Como Historiador posso afirmar desprovido das convicções feministas, que a razão pela qual foi escolhida uma mulher para representar a república, foi que uma alegoria feminina simbolizava para a época uma ruptura com o antigo regime autocrático sempre dominado pela figura masculina.

A origem do nome é um pouco incerta, mas alguns estudiosos defendem que se trata da junção dos dois nomes femininos mais comuns na França: Mari e Anne. Sendo assim, Marianne se tornou a Efígie da república.

Efígie significa alegoria, ou símbolo e é chamada por uns de “Senhora da Liberdade” e por outros de “Senhora da Maçonaria” e pelos brasileiros, a “mulher das notas do real”.

CURIOSIDADE - Quando a França resolveu presentear os EUA em comemoração aos seus 100 anos de declaração de independência, fez isso através da Estátua da Liberdade: uma versão maçônica de Marianne, feita pelo maçom Frederic Auguste. Não demorou para que Marianne se tornasse alegoria da República em todo o Ocidente, incluindo, é claro, o Brasil. Se os americanos conseguem ver a Maçonaria na nota de um dólar, através do “Olho que tudo vê”, nós brasileiros podemos encontrá-la em todas as nossas notas através dela, Marianne, a Senhora da Liberdade, a Senhora da Maçonaria.

Repare nas semelhanças entre o rosto da estátua da liberdade e da mulher estampada em nosso dinheiro, elas são a mesma pessoa, Marianne.


Imagem: Estátua da Liberdade - Site "quanto custa viajar"
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