Infelizmente
teremos mais um derrame de novos comerciantes empreendendo no meio numismático
sem qualquer tipo de compromisso e responsabilidade. Ainda mais infeliz são as
declarações e consultoria dadas para fomentar a matéria veiculada em um site de
notícias.
O
site alega que “[...]os altos e baixos da economia durante esse período de
pandemia, a melhor forma é buscar novos mercados para garantir uma renda extra.
Segundo especialistas, existem mercados alternativos que podem ser uma boa
opção para “salvar” este momento de crise.[...]” E complementa alegando que
“[...]a renda extra pode estar dentro de
casa e até naquele potinho cheio de moedas que guardamos por lá.[...]”
Alguns
exemplos de supostas “raridades” são destacados na matéria como “[...]uma
coleção de moedas das Olimpíadas, por exemplo, é oferecida por mais de R$
200,00. Esse mercado de venda e troca, chamado de numismática, está crescendo
no Brasil e no restante do mundo e tem se tornado altamente rentável.”
Alegar
algo assim é prestar um desserviço ao meio numismático, uma vez que alguns
poucos exploradores da bolha olímpica ainda tentam sobreviver sob a falsa
alegação de serem peças raras, fomentando a entrada de especuladores, golpistas
e indivíduos descomprometidos com os temas históricos relevantes em nossa
ciência.
Nós,
do site DINIZ NUMISMÁTICA somos contrários aos discursos adotados em que somos
meros trocadores e vendedores de peças em um campo promissor para driblar a
crise. Não somos e não temos alimentado a falsa esperança das pessoas em
obterem uma renda extra, comprando somente um catálogo em uma plataforma de
vendas online.
Se
você quiser se tornar um comerciante numismático, a primeira coisa não é
adquirir um catálogo, disponível em sites pelo Brasil. A primeira coisa é amar
a ciência, depois estudar e buscar informações, verificar as variações
históricas e os valores de mercado, ver a demanda por determinadas peças,
procurar uma plataforma adequada para comercialização e ficar atento com os
vendedores de sonhos. Você até poderá encontrar algo relevante em moedas que
circulam no dia a dia, mas nem tudo que reluz é ouro!
Temos
que prezar pela veracidade e responsabilidade sob as informações que envolvem
nossa ciência, pois somos detentores e cuidadores de uma importante parcela da
história. Em nosso meio existem comerciantes altamente qualificados para o
oficio e estudiosos/colecionadores (como nós da Diniz Numismática) que estão em
constante busca pela preservação da memória monetária nacional.
Não
empreenda esforços na numismática se você enxerga esta ciência somente como um
amontoado de trocadores e negociantes de dinheiro antigo. Somos muito mais do
que isso.
Tags
NOTÍCIA
Quem escreve uma matéria dessa não tem a mínima noção de como funciona o mercado numismático. Qualquer colecionador que conhece o mínimo do mercado, jamais desembolsa 200 reais nas moedas de olimpiadas mesmo estando flor de cunho.
ResponderExcluirA questão de trabalhar no meio para ter renda extra não tem problema, desde que você tenha noção do que tem na mão e não seja um vendedor que tem alucinações achando que uma moeda de 1 cruzeiro de 1960 é uma raridade que vale 100 reais, por exemplo rsrs
Entendo a sua revolta, pois esse tipo de vendedor que não tem ideia nenhuma do mercado, costuma inflacionar o mercado, sem saber o que tem nas mãos. E esse tipo de matéria realmente não ajuda em nada, pois está na cara que quem a escreveu não entende nada!
É de fato revoltante amigo...
Excluir