Uma editora que quase se tornou a casa da moeda paulista

Eu estava em uma noite de estudos, quando me lembrei de um detalhe em uma das cédulas que já circularam no Brasil...Nela podeira notar a nomenclatura do órgão impressor como MELHORAMENTOS, Eu já sabia que se tratava da editora famosa nos dias de hoje por inúmeras obras pulicadas, mas parei para pensar e percebi que muitos outros companheiros poderiam nem ter ideia que uma simples editora quase se tornou a CASA DA MOEDA DE SÃO PAULO seria uma loucura...Mas a editora deixou sua marca no cenário numismático nacional! Vamos conhecer um pouco sobre essa história curiosa e impressionante, pois tudo começa na primeira metade do século XX, o Estado de São Paulo vivenciou um acelerado processo de industrialização e enriquecimento devido aos lucros da lavoura de café e à articulação da política do café-com-leite. Por essa política, criada pelo presidente da república Campos Sales, se alternavam na presidência da República políticos dos estados de São Paulo e de Minas Gerais , os estados mais ricos e populosos da União.
No início de 1929, o governo de Washington Luís, ao nomear o paulista Júlio Prestes, apoiado por 17 estados, preteriu a vez de Minas Gerais no jogo da sucessão presidencial, rompendo a "política do café-com-leite", que vinha sendo aplicada desde o governo de Afonso Pena (1906-1909) que substituiu o paulista Rodrigues Alves na presidência da República.
De acordo com este revezamento Minas Gerais - São Paulo na presidência da república, o candidato oficial, em 1930, deveria ser um mineiro, que poderia ser o presidente de Minas Gerais Antônio Carlos Ribeiro de Andrada ou o vice-presidente da república Fernando de Melo Viana ou ainda o ex-presidente Artur Bernardes, entre outros próceres políticos mineiros.6 Porém, Washington Luís, depois de consultar os 20 presidentes de estado, em julho de 1929, recebeu o apoio de 17 deles a Júlio Prestes, e o indicou como candidato oficial à presidência da república nas eleições marcadas para 1 de março de 1930. Minas Gerais, então, rompe com São Paulo, une-se à bancada gaúcha no Congresso Nacional e promete apoio a Getúlio Vargas, se este concorresse à presidência .
Em setembro de 1929, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Paraíba formaram a "Aliança Liberal" lançando Getúlio Vargas à presidência e João Pessoa, da Paraíba, à vice-presidência. Apoiavam Getúlio também o Partido Democrático de São Paulo, parte das classes médias urbanas e os tenentes, que defendiam reformas sociais e econômicas para o país. Os outros 17 estados da época apoiaram Júlio Prestes.
Nesse momento, setembro de 1929, já era percebido, em São Paulo, que a Aliança Liberal e uma eventual revolução visavam especificamente São Paulo. Nos debates, na Câmara dos Deputados e no Senado Federal, em 1929, se dizia abertamente que se a Aliança Liberal não ganhasse a eleição haveria revolução. Como de fato aconteceu! Em meados de 1931 começa a mobilização da empresa Melhoramentos para iniciar a produção do dinheiro paulista, a empresa que imprime e distribui o dicionário Michaelis e que também tem Ziraldo hoje como um de seus maiores destaques. foi quem produziu o dinheiro paulista, servindo como uma espécie de casa da moeda paulistana durante a revolução. São Paulo já se organizava como pais e acreditando no sucesso da empreitada criou sua moeda própria, mas não contavam com a astucia dos opositores a revolução chamados de "ditadores" pelos paulistas. O regime oposicionista falsificava e distribuída na capital paulista grandes quantidades de dinheiro desestabilizando a economia do estado. O dinheiro paulista era lastreado pelo ouro arrecadado pela campanha "Ouro para o bem de São Paulo", também chamada de "Ouro para a vitória". Em que a população elitista e os grandes empresários eram os voluntários financiadores do movimento revolucionista

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