Cruzeiro Real - O breve padrão monetário brasileiro

Foi o mais breve padrão monetário da história brasileira, com apenas 11 meses de duração. Desde 1986, era constante o troca-troca de unidades monetárias devido aos incontroláveis surtos inflacionários que enfraqueciam o dinheiro nacional. Os presidentes José Sarney e Fernando Collor fracassaram, ambos, na tentativa de conter a inflação. Pior para Collor, que renunciou às vésperas de sofrer um impeachment e deu adeus à presidência. Em seu lugar, assumiu o vice, Itamar Franco. Mais do que a inflação, o País vivia uma crise recessiva com queda do PIB. Esse era o Brasil que passou para as mãos de Itamar. No plano político, os brasileiros foram às urnas, em abril de 1993, para definir o regime e o sistema que queriam. Apurados os votos, tanto a república quanto o presidencialismo venceram. Na economia, Itamar Franco reverteu a situação do PIB, que voltou a crescer. Mas a inflação persistia. Outro ajuste monetário se fazia necessário. A moeda cruzeiro voltou a perder três zeros quando foi instituído o cruzeiro real. A nova unidade vigorou de 1º. de agosto de 1993 a 30 de junho de 1994, precisos onze meses. Breve e pouco eficaz, o cruzeiro real equivalia a mil cruzeiros. A Medida Provisória nº 336, de 28/07/1993 (DOU de 29/07/93), convertida na Lei nº 8.697, de 27/08/1993 (DOU de 28/08/93), instituiu o CRUZEIRO REAL, a partir de 01/08/1993, em substituição ao Cruzeiro, equivalendo um cruzeiro real a um mil cruzeiros, com a manutenção do centavo. A Resolução nº 2.010, de 28/07/1993, do Conselho Monetário Nacional, disciplinou a mudança na unidade do sistema monetário. No rastro de outra explosão inflacionária, a medida provisória 434, de 17/02/1994, estabeleceu a Unidade Real de Valor (URV), uma espécie de moeda paralela sem valor de troca, que era reajustada dia a dia e visava à preparação de uma nova moeda.

Temas ambientais
O cruzeiro real deu impulso a temas ambientais, ao lançar quatro moedas de aço inoxidável que estampavam a fauna brasileira. A prioridade era para animais em extinção: Lobo guará (CR$ 00), onça-pintada (CR$ 50), tamanduá (CR$ 10) e arara (CR$ 5). Circularam de 20/09/1993 a 15/09/1994, quando foram recolhidas e substituídas pelas moedas do real.

CR$ 100, lobo guará
O Lobo Guará (Chrysocyon brachyurus) está entre os animais que sofrem sérios riscos de extinção dentro de nossa fauna. O Lobo Guará é um canídeo grande e de aspecto elegante, que tem como habitat natural a América do Sul. É um animal exclusivo do cerrado e sua aparência assemelha-se mais à de uma raposa que de um lobo. Isso ocorre, devido às suas pernas longas e finas. Moedas de aço inoxidável, 24 mm de diâmetro, produzidas em 1993 e 1994.

CR$ 10, tamanduá
Dentre todas as espécies de tamanduás do Brasil, existe uma que está em extinção: o Myrmecophaga tridactyla ou tamanduá-bandeira. As fêmeas desse tamanduá têm um filhote por vez e é carregado nas costas da mãe até cerca de um ano de idade. Depois eles crescem, viram exterminadores de formigas e cupins e podem viver por até 25 anos. Sua extinção deve-se, principalmente, à destruição de seu habitat. Moedas de aço inoxidável, 22 mm de diâmetro, produzidas em 1993 e 1994.

CR$ 50, onça-pintada

Por ser um animal tão singular, a onça-pintada, ou Panthera onca, é umas das espécies com maior índice de contrabando. Além desse, a caça ilegal, a poluição/envenenamento dos rios e a destruição do seu habitat também contribuem com sua extinção. Moedas de aço inoxidável, 23 mm de diâmetro, produzidas em 1993 e 1994.

 

CR$ 5, arara
As araras são um tipo de papagaios coloridos, pertencentes a alguns gêneros da família Psittacidae. Encontram-se em estado de conservação ameaçada, graças à caça furtiva devido à sua procura como animais de estimação e, principalmente, ao desaparecimento do seu habitat. Moedas de aço inoxidável, 21 mm de diâmetro, produzidas em 1993 e 1994.






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