CARIMBO DO DIVINO - Tradição e festejo católico português



Falar sobre o carimbo do divino, remete ao passado do sobrenome que carrego e que é uma derivação do sobrenome do rei de Portugal Dom Dinis. Seria eu um nobre? Só se for de coração! 

Deixando de lado as brincadeiras, não poderia iniciar essa postagem sem lembrar desse rei que nos leva direto ao início do uso do carimbo do divino espírito santo 

O nascimento do carimbo e a origem dos festejos.

O carimbo do “divino espirito santo” ou somente “carimbo do divino” – Como é mais conhecido – Nasceu de uma tradição e festejo católico português, sua origem remonta às celebrações religiosas realizadas em Portugal a partir do século XIV, nas quais a terceira pessoa da Santíssima Trindade era festejada com banquetes coletivos designados aos mais ricos em favor dos mais pobres, assim como ocorre hoje em dia nas reuniões beneficentes. Aos menos favorecidos eram oferecidas esmolas e  comida. Uma tradição que ainda se cumpre em algumas regiões de Portugal e em quase todas as regiões do Brasil. Algumas referências históricas indicam que o festejo foi inicialmente instituído, em 1321, pelo convento franciscano de Alenquer sob proteção da Rainha Santa Isabel de Portugal e Aragão.

A celebração do Divino Espírito Santo no planeta teve origem na promessa da rainha, D. Isabel de Aragão, por volta de 1320. A Rainha teria prometido ao Divino Espírito Santo peregrinar o mundo com uma cópia da coroa e uma pomba no alto da coroa, que é o símbolo do Divino Espírito Santo, arrecadando donativos em benefício da população pobre, caso o esposo, o rei D. Dinis, fizesse as pazes com seu filho legítimo, D. Afonso, herdeiro do trono. Os dois vivam em confronto e a rainha padecia com esta contenda familiar. Muito pelo medo do filho do filho verdadeiro em ver o irmão bastardo assumir o trono, pois era desejo do rei que a coroa portuguesa passasse, após sua morte, para seu filho bastardo, Afonso Sanches. Diante deste conflito, a rainha Isabel passou a suplicar ao Divino Espírito Santo pela paz entre seu esposo e seu filho. A interferência da rainha teria evitado um conflito armado, denominado a Peleja de Alvalade.

Essas celebrações aconteciam cinquenta dias após a Páscoa, comemorando o dia de Pentecostes, quando o Espírito Santo desceu do céu sobre a Virgem Maria e os apóstolos de Cristo sob a forma de línguas como de fogo, segundo conta o Novo Testamento. Desde seus primórdios, os festejos do Divino, realizados na época das primeiras colheitas no calendário agrícola do hemisfério norte, são marcados pela esperança na chegada de uma nova era para o mundo dos homens, com igualdade, prosperidade e abundância para todos.

O Carimbo do Divino e seu uso

A devoção ao Divino encontrou um solo fértil para florescer nos territórios portugueses, especialmente no arquipélago dos Açores. De lá, espalhou-se para outras áreas colonizadas por açorianos, como a Nova Inglaterra, nos Estados Unidos da América, e diversas partes do Brasil. Por aqui em algumas cidades tradicionais de Minas Gerais, como Ouro Preto, Mariana, Sabará, S.J. Del Rey, e em muitas outras regiões do Brasil, a igreja juntava algumas moedas já fora de circulação, que iam de patacões à vinténs, e aplicavam nelas um carimbo unifacial com a imagem da pomba que simbolizava o “Divino”. Depois de carimbadas as igrejas doavam estas moedas para as famílias pobres que as vendiam em festejos à porta dos templos como uma lembrança, mas que gerava renda e garantia o alimento nas mesas destas famílias.  Um gesto de bondade tanto da igreja que recebia as moedas como dos mais ricos que compravam para ajudar a caridade.


A Falsificação destas obras históricas

Infelizmente nos deparamos com um mercado que avança em falsificações de peças históricas ligadas ao meio numismático. Hoje em dia precisamos nos preocupar em saber se são falsos ou verdadeiros. Uma tarefa difícil! Pois até mesmo para os carimbos originais, não existe um único padrão. Cada igreja tinha seus carimbos. Podemos encontrar vários tipos de cunho nas mais diversas regiões. Não seguiam os padrões de cunhos da época, pois naqueles dias os cunhos deveriam seguir um padrão oficial. Em alguns casos podemos notar até que são carimbos para estampar medalhas, alguns deles possuem até contorno para a inserção de uma argola. Aliás, estes carimbos não eram cunhados para valer muito. Eram donativos que seriam revendidos por famílias humildes em favor do seu sustento.

Nossa conclusão.

Podemos considerar as várias formas como os carimbos eram confeccionados na época batendo o martelo que confirmando a autenticidade da moeda, fatalmente seu carimbo não poderá ser considerado falso. Devemos tomar cuidado somente com moedas que apresentam uma forma mais moderna de batida do carimbo. Mas é certo que o carimbo nunca deixará de gerar polêmica entre colecionadores e suas várias teorias sobre a veracidade e uso do Carimbo do Divino Espirito Santo.

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