MEDALHA CALENDÁRIO DE 1867 – Uma peça confeccionada pelo gravador Luster



Ao navegar pelos mares das redes sociais me deparei outro dia com uma bela e icônica imagem. A imagem em questão, seria um ensaio de uma medalha, confeccionada em madeira e riquíssima em detalhes. Fiquei muito entusiasmado em poder contemplar uma imagem tão bela, principalmente nos tempos atuais, onde não aparecem com frequência as belas peças de arte da numismática, notafilia e medalhística brasileira. Estamos cada vez mais reféns das moedinhas do Real e menos agraciados com as imagens de peças de rara beleza e valor histórico.

Peço gentil licença ao proprietário deste belo ensaio de medalha para que possamos desfrutar destas lindas imagens.

ANVERSO - Encontramos as datas das festividades religiosas móveis e fixas, além do cômputo eclesiástico do ano de 1867. É possível notar os dias de domingos, de grande e pequena gala na Côrte Imperial. Além dos eclipses e de um quadro com as fases e horas da saída da lua, dias, horas e minutos da entrada do Sol no zodíaco.


REVERSO - As datas nacionais mais importantes, as principais batalhas em que o Brasil se tornou vitorioso, como na Guerra do Prata (Também conhecida como Guerra contra Oribe e Rosas) e também os dias mais festivos da Família Imperial.


O comerciante pedia pela peça o valor de R$ 1.800,00. Um que considero baixo devido a raridade da peça, se pensarmos na raridade e complexidade de uma gravação tão detalhada em madeira, certamente deveria ser mais valorizada. Abaixo podemos observar a medalha cunhada em prata:





Outras Características da Medalha:

Medalha Chronica da Casa Imperial (Também conhecida como Medalha Calendário).
Gravador - Luster.
Metal - Prata
Diâmetro - 41 mm
Referências - Catálogo Julius Meili 1890 - As Medalhas Referente
ao I. do Brasil - Pag:06 - nº 35 / Viscondessa de Cavalcanti - 2º Edição - 1910: nº48 - pag. 32

QUEM FOI LUSTER? Christian Laursen Lüster nasceu em Risberghus, na paróquia de Vejrum, no distrito de Hjerm, Dinamarca, em 30 de maio de 1822.

De 1855 a 1863, Lüster prestava serviços à Casa da Moeda, mas não era funcionário público. Ele foi reconhecido como um ótimo gravador em sua época, e por reconhecimento do grande trabalho prestado e por sua imensa competência, foi indicado e contratado pela Casa da Moeda em dezembro de 1863, como gravador para a Casa da Moeda do Rio de Janeiro. Por Decreto de 11 de agosto de 1869, onde foi nomeado Chefe da Abrição (Gravador Chefe). Quer saber mais sobre Luster? Clique aqui!



Imagens e informações da peça em madeira – Mari Campos
Imagens da peça em prata - Medalhas Raras



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