Com a instalação da Casa da Moeda na Bahia pelos portugueses em 1694,
tem início a cunhagem regular brasileira. Sai então em 1695 a primeira série de
moedas coloniais, as do padrão denominado de "patacas", esse sistema
ia dobrando sucessivamente o valor das moedas, iniciando em 20 réis (vintém de
prata), e chegando até 640 réis (2 patacas). Assim, teríamos 20, 40, 80, 160,
320 e 640 réis (mais tarde, as de 20 e 40 réis foram substituídas por cunhagens
em cobre, deixando de lado o uso do metal precioso). Isso permaneceu inalterado
até a chegada de D. João VI ao Brasil, em 1808. Assim, em 1809, é criado o
"patacão" de 960 réis, que "quebrava" levemente o sistema
de "dobra".
Em síntese, temos um "quadro geral" da cunhagem colonial
brasileira, que perdurou durante todo o período de dominação portuguesa no
país, criando um sistema bem aceito e enraizado nas relações comerciais,
baseado numa moeda de boa liga e forte.
Com a independência do Brasil em 1822, esse sistema permaneceu
inalterado. Foi herdado então o meio circulante colonial, e as novas moedas do
Império do Brasil seguiam esse mesmo padrão, onde as antigas armas portuguesas
davam lugar ao novo escudo do então recém independente reino.
O sistema das patacas durou durante todo reinado de D. Pedro I, e
entrou pelo reinado de D. Pedro II, onde as últimas moedas desse tipo foram
cunhadas no ano de 1834 (sendo inclusive muito raras).
O novo reino enfrentava problemas financeiros, rebeliões separatistas
estouravam em praticamente todo território nacional, a inflação começou a
aparecer, o governo se endividava, e a moeda acabava sofrendo com a
desvalorização. Era necessária uma reforma monetária que modificasse o padrão
vigente.
Surge então em 1834, o segundo padrão monetário que o Brasil conheceu,
o padrão dos "cruzados". Esse padrão atendia a necessidade de moedas
de prata que possuíssem um valor mais alto, e era nitidamente inspirado nos
antigos valores dos cruzados portugueses: 100, 200, 400, 800 e 1200 réis.
Entretanto, o povo brasileiro, que estava totalmente acostumado com o
padrão das velhas patacas, não aceitou bem o novo sistema, e as transações e
contratos, na prática, acabavam por continuar a ser feitos utilizando valores e
referências do antigo sistema. Como o sistema não estava sendo muito bem
aceito, o governo não emitia grandes quantidades de moedas, e o cruzado acabou sendo
extinto em 1849, dando lugar ao padrão "2000 réis" (200, 500, 1000,
2000 Réis, sendo essa última a "coroa" de 25 gramas). O novo sistema
foi um sucesso de aceitação, e perdurou durante todo o segundo império até o
início da República.
Assim, as moedas de cruzado acabaram servindo somente como moeda transitória
entre o antigo sistema colonial e o sistema que o sucedeu. Com a desmonetização
das já escassas moedas do padrão cruzado, elas acabaram se tornando peças com
bom grau de raridade e cobiçadas por boa parte dos colecionadores, algumas são
de grau de raridade altíssimo, como o tostão de 1844, que se conhecem 3 ou 4
exemplares, ou os raros 800 réis.
Fonte:
- Postagem original - Moedas do Brasil
- Repostado via Facebook por Cláudio Amato
- Adaptado para redes socias por Gravilo Gabriel
- Adaptado ao Blog por Bruno Diniz
- Imagens – Moedas do Brasil
Informação:
A postagem do artigo foi autorizada pelo autor.
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