MOEDAS DA GRÉCIA ANTIGA – Tartarugas, Pegasus e Corujas, verdadeiras obras de arte amoedadas.


A numismática possui um vasto campo de estudo, abordar temas clássicos pode levar horas de leitura, infindáveis e interessantes debates, ou podem ser travadas discussões técnicas acerca destas moedas. Abordar de forma simplificada e resumida um determinado tema, sempre é um desafio, pois ao juntar fragmentos que podem contextualizar uma ideia corremos o risco de suprimir uma informação importante. Esperamos ter compreendido em poucas palavras um tema tão vasto.

As primeiras moedas gregas começaram a ser cunhadas a partir do século VII a.C. e em sua cunhagem contava com figuras de animais, plantas e objetos utilizados pelo homem. Eram de fato moedas de rara beleza. As moedas primitivas gregas eram ainda mais famosas e traziam a coruja, o Pegasus e a tartaruga como figuras de destaque em seu cunho.

TARTARUGAS - As moedas que traziam as tartarugas foram as primeiras cunhadas na Grécia, seus exemplares mais antigos são de 625 a.C. e durante todo um século eram elas quem dominavam o meio circulante da época. Essas moedas representavam Egina, florescente empório comercial do Peloponeso e eram mais valiosas que as corujas, valiam o dobro: 2 dracmas (dracma – unidade da moeda de prata).


PEGASUS - Os potros eram a segunda moeda de maior valor monetário, era cunhado em Corinto, importante centro comercial no istmo de mesmo nome, trazendo a impressão de um Pegaso (mítico cavalo alado). Podiam ser dracmas ou estateres (o estater era a unidade da moeda de ouro).


CORUJAS – Estas eram cunhadas em Atenas, sendo as menos valiosas entre as três moedas mais importantes, valiam uma dracma ou um estatere. Mas anos depois, foram descobertas várias jazidas de prata nas proximidades de Atenas, houve então a ascensão de Atenas e as corujas seriam consequentemente mais valorizadas.


O NASCIMENTO DA TETRADRACMA - Por volta do ano 525 a.C., Atenas cunharia uma moeda de rara beleza sob o valor de 4 dracmas, nascia a tetradracma. Estas moedas estão entre as mais fascinantes da Antiguidade e por quase dois séculos não sofreram modificações. Após a vitória da batalha de Salamina, contra os persas (480 a.C.), os atenienses cunharam uma moeda no valor de dez dracmas, o decadracma.

A MOEDA VIROU ARTE - Aos poucos, todas as cidades gregas começaram a cunhar moedas com efígies divinas. De simples meio de pagamento, as moedas transformaram-se em verdadeiras obras de arte. Muito pelo requinte da cunhagem, em seu relevo acentuado e por representar figuras em perfeita harmonia com a espessura do metal, as moedas gregas são peças únicas.

MAGNA GRÉCIA - É a região do sul da Península Itálica e parte da Ilha de Sicília, que ficou ocupada pelos gregos até o dia em que foi tomada pelo Império Romano.

Crédito: Samuel

As moedas cunhadas na região da Magna Grécia são consideradas as mais belas do mundo. As decadracmas e as tetradracmas de Siracusa (na chamada Magna Grécia), com a cabeça da ninfa Aretusa ( ou de Persefone) e a quadriga, no trote ou a galope são exemplos desta exuberante arte em moedas. Ha 25 séculos essas moedas em prata quase pura – 43g no caso das decadracmas – são objetos de admiração, imitação e até mesmo falsificação.


Na Sicília e na Magna Grécia nasce, no final do século V a.C. , a primeira moeda, em que se podia confiar em todo o Ocidente, pois estava vinculada ao valor do metal. A variedade de moedas também era enorme, apresentando peças quadradas, pequenas, cuneiformes, recunhadas, fragmentadas ou cortadas (no primeiro caso, para enfrentar a falta de moedas de menor valor; no segundo, para diminuição do valor facial).

Estas são as moedas gregas, míticas, belas, variadas e verdadeiras obras de arte.


                                                                                         


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